Adversário do presidente do Benfica nas eleições de 25 de outubro cita o "vice" da Câmara de Lisboa para apontar que o Benfica District não se trata de um projeto, mas “de uma vaga noção de um conceito do que um dia será um projeto”
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João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica e adversário de Rui Costa nas eleições de 25 de outubro, criticou esta quinta-feira o atual líder das águias com base no anúncio do Benfica District, projeto que visa o aumento do Estádio da Luz para 80 mil lugares e, entre outras obras, implicará um investimento de 220 milhões de euros, estando sujeito a aprovação dos sócios em AG.
Já depois de ter lamentado que este anúncio tenha surgido em altura de campanha eleitoral, Noronha Lopes baseou-se em declarações de Filipe Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, para apontar que o Benfica District não se trata de um projeto, mas “de uma vaga noção de um conceito do que um dia será um projeto”, acusando assim Rui Costa de “puro eleitoralismo”.
Leia o comunicado na íntegra:
“Anteontem, perante a apresentação com pompa e circunstância de um projeto de revitalização da zona envolvente e de expansão do próprio Estádio da Luz, afirmei, entre outras coisas, que todos os projetos que procurem valorizar o Benfica merecem ser conhecidos e discutidos. Mas uma apresentação destas não deveria ser preparada nas costas dos Sócios, em plena campanha eleitoral. Por isso, com prudência e seriedade, alertei que ficavam muitas questões por responder.
Foi por isso com estupefação que, passadas apenas 24 horas, ficámos a saber, conforme notícia do Público, pela voz do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em reunião do executivo municipal, que o Benfica District não se trata de um projeto, mas “de uma vaga noção de um conceito do que um dia será um projeto”, tendo a Vereadora com o pelouro do Urbanismo confirmado que “não entrou nenhum processo para o Benfica District no urbanismo na Câmara Municipal”. Este reconhecimento pela Câmara Municipal de Lisboa é gravíssimo. Revela que Rui Costa, como muitos já suspeitavam, limitou-se a apresentar uma noção, uma ideia sem estudo, planeamento ou compromisso real. Um ato de puro eleitoralismo, que desrespeita os Sócios e compromete a credibilidade do Clube.
Fica assim explicada, uma vez mais, a incapacidade desta Direção para concretizar as ideias que apresenta. Fica também demonstrada a incompetência com que o Clube tem sido gerido. Não se trata de um caso isolado. Uma vez mais, tivemos uma apresentação feita em cima do joelho. O até há meses Vice-Presidente responsável pelo património, Jaime Antunes, já tinha alertado que nunca tinha ouvido falar de um projeto que, segundo Rui Costa, teve início há 18 meses. Isso diz tudo sobre a desorientação e o planeamento que caracterizam a atual liderança.
Este padrão repete-se em todas as áreas: no futebol; nas modalidades; no património; no associativismo e nas finanças. Há cerca de 3 anos, o mesmo Presidente também prometeu uma Cidade Benfica, mais um projeto de projeto que não avançou para lá do anúncio em entrevista. Ao longo de quatro anos, tem sido sempre assim: uma sucessão de anúncios, seguidos de silêncio e incapacidade de concretização, aos quais se seguem novos anúncios, sempre feitos com o propósito fundamental de servir o interesse da atual Direção. É por isso que continuamos a falhar.
Aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma direção a brincar com o nome do Benfica. O Clube e os seus Sócios merecem respeito. Merecem, desde logo, que um projeto com esta envergadura seja apresentado de forma séria e rigorosa. Rui Costa e a sua Direção são bons a prometer, mas não sabem fazer. É tempo de dizer basta. De virar a página. De colocar o Benfica acima de tudo.”