Villas-Boas sobre Pepe: "A nossa área e baliza eram pedaços de terra que defendia como locais sagrados"
André Villas-Boas, presidente do FC Porto, juntou-se aos que não deixaram de elogiar a longa carreira de Pepe
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Pepe anunciou esta quinta-feira, aos 41 anos de idade, o fim da carreira de futebolista, depois de mais de duas décadas ao mais alto nível
Pepe, nascido no Brasil, mas internacional português, pendura as chuteiras com mais de 30 títulos conquistados em toda a carreira, incluindo um Campeonato da Europa com a seleção nacional, em 2016, e três Liga dos Campeões, todas com o Real Madrid.
Além do histórico emblema espanhol, o central defendeu as cores do FC Porto, seu último clube, do Marítimo e também do Besiktas.
André Villas-Boas, presidente do FC Porto, juntou-se aos que não deixaram de elogiar a longa carreira do defesa-central, que teve nos dragões um dos clubes mais marcantes da carreira.
"Kepler Laveran de Lima Ferreira, Pepe. O nosso Pepe. O Pepe do FC Porto. Chegou ao Clube em 2004, com 18 anos. Já na altura era sagaz como poucos e tinha a humildade e a ambição necessárias para vingar. Era dedicado como os mais leais, rápido, duro e letal como os predestinados, Pepe logo percebeu que aqui se sentia bem, que esta era a sua casa. E logo percebemos que o queríamos na nossa casa. Cedo conquistou o coração dos sócios e simpatizantes do FC Porto", refere Villas-Boas, numa nota publicada no site do FC Porto".
"Todos vimos e apreciámos a sua arte de ir à luta, de ganhar o lance e, de seguida, levantar a cabeça e sair com a bola dominada. Como fez naquela exibição imperial contra a Juventus em 2021, quando roubou 18 bolas aos avançados italianos. Todos vimos como ia lá à frente e metia a cabeça onde outros não metiam o pé. Assim se tornou o jogador mais velho a marcar na Champions, quando fez o 4-1 contra o Shakhtar. Todos vimos como defendia o seu território, porque a nossa área e a nossa baliza eram pedaços de terra que defendia como locais sagrados. Contra os rivais foi um pilar inabalável a empurrar a equipa para memoráveis goleadas, como nos 5-0 em março passado. Todos vimos como respeitou um balneário e como ensinou outros a sentir o peso da camisola azul e branca. A intensidade com que falava para o grupo, na roda a seguir aos jogos, fazia-nos sentir o seu magnetismo", refere, também o presidente portista.
"Quando por vezes cedíamos ao cansaço ou tínhamos momentos de desalento e duvidávamos da nossa força, vimos o Pepe a voltar atrás e a puxar-nos para a frente, como fazia com os seus companheiros em campo. Sem nos deixar esmorecer e a incutir-nos a certeza de que ainda podíamos dar mais. Porque pelo Porto, tudo! E todos vimos como sorria quando vencíamos qualquer jogo, fosse contra quem fosse. Por tudo isto, merece o nosso reconhecimento e carinho. O que torna o Pepe verdadeiramente especial é que ele retribuiu em dobro tudo o que lhe demos e estamos certos de que assim continuará. Ele é assim: um verdadeiro Portista, campeão em tudo", pode ler-se,
"Em duas fases diferentes, entrou em campo 290 vezes de Dragão ao peito. Sempre com as mesma galhardia e brio. E levantou 15 troféus: uma Taça Intercontinental, quatro campeonatos, cinco Taças de Portugal, quatro Supertaças e uma Taça da Liga. Sempre com aquele sorriso. Hoje decidiu pendurar as chuteiras, mas nunca retirará a braçadeira do FC Porto. Capitão para sempre! Em nome de todos os Portistas, muito obrigado", finaliza Villas-Boas.
