Pinto da Costa: "A minha neta bateu o recorde: tinha 14 segundos de vida quando entrou para sócia"
Pinto da Costa, presidente do FC Porto, esteve esta quinta-feira de um jantar com 50 jovens portistas, dos 18 aos 30 anos, num restaurante da zona da Foz, no Porto
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Mudança de atitude de Villas-Boas: “Quando o outro candidato apresentou a sua candidatura, se se lembrarem, eu era o presidente dos presidentes. Não sei se também era do Marcelo [Rebelo de Sousa], mas era o presidente dos presidentes. Tinha uma obra que ia ficar na história, tudo maravilhas. Ia ser o Rei da Pérsia. Candidatei-me, tudo isso acabou. A minha equipa passou só a ter defeitos, o FC Porto já não joga nada, até já o treinador, pelo facto de terem percebido que não quer nada com ele, passou a ser mau e tudo mudou. Porquê? Porque não vê para o FC Porto por paixão, nem por ambição. E essa paixão que me move em defesa do FC Porto é o legado que vos quero deixar. Vocês não têm nada a aprender comigo, têm uma vida pela frente, amam o FC Porto, têm uma vida para serem felizes e uma vida para servir o FC Porto. Quero que um dia vocês se recordem que estiveram num jantar com o presidente da altura e que se lembrem, sobretudo, que estou aqui por paixão ao FC Porto.”
Novos sócios do clube: “Entram diariamente bebés para sócios do FC Porto. Perguntam-me para quê? Para quê?! Estes é que vão ser os nossos sucessores, que vão ser os nossos continuadores, é que vão amar o FC Porto como nós. O meu neto, que está aqui presente, entrou para sócio no dia em que nasceu. A minha neta, filha da minha filha, bateu o recorde: tinha 14 segundos de vida quando entrou para sócia do FC Porto. Perguntam-me como é possível? Foi. Tinha a ficha preenchida, estava tudo completo, assinado pelos pais, estava na Casa de Saúde da Boavista, nasceu, o meu genro tirou uma fotografia e 14 segundos depois entrou na lista. E dizem-me assim: para quê? Porque ela nunca mais vai deixar de amar o FC Porto. Ela já ama o FC Porto e recebe este legado, que quis transmitir ao meu neto e às minhas netas: o legado de que têm que amar o FC Porto como eu. Depois cada um seguirá a sua vida, cada um colaborará como possa e as oportunidades que tiver. Mas temos que ser todos pelo FC Porto.”
Propostas para a juventude: “As propostas que foram aqui apresentadas pelo Pedro Nuno Amorim [mandatário para a juventude], desde já digo-lhe que as aceito, mas acho curtas. Não acho que seja uma vez por ano que nos devemos reunir. Nós devemos reunir-nos, pelo menos, de seis em seis meses. Não é vocês reunirem para depois me transmitir o que quer que seja. Não. É vocês reunirem comigo, reunirem connosco, porque sou dos que acredito que o FC Porto tem futuro porque tem muitos jovens interessados na vida do FC Porto.”
Desejo de união: “Não é preciso vir o Papa dizer-nos. Nós sabemos que temos que ser todos, todos, todos pelo FC Porto. E se for eleito, o meu primeiro trabalho será unir a massa associativa e os adeptos do FC Porto. E não vai ser difícil, porque aqueles que nos insultam não são portistas. Escondem-se nas redes sociais, sem rosto, para dizer meia dúzia de barbaridades que aqueles que comandam a campanha lhes dizem para fazer. Mas no dia em que isso acabar, os portistas voltarão a ser todos pelo FC Porto. E eu garanto-vos que não haverá discriminação nenhuma. Seremos todos pelo FC Porto.”
Missão a pensar no futuro: “Não trabalho para mim. Trabalho para a geração que está na força da vida e que um dia terá que dirigir o FC Porto. Temos aqui uma criança que hoje faz dez anos, o João, que tem já uma paixão pelo Fc Porto igual à minha, à do pai e à de todos nós.”
Transmissão de ideias: “Nunca fiz discursos e a minha forma de falar é dizer assim: não preparo nada, digo o que sentir do coração. Há dois anos, uma atleta nossa recebeu o Dragão de Ouro. Foi a Joana Resende do voleibol. Ela telefonou-me e disse: 'Presidente, estou muito aflita, porque disseram que vou falar. Queria que você me dissesse os tópicos do que vou dizer'. Eu disse: “Ó Joana, não faças nada, não penses em nada, não escrevas nada. Quando lá chegares, diz o que sentes. Fala com o coração.' E ela assim fez, falou muito bem e é desta forma que sei contactar com as pessoas. Não vou para as Assembleias ler tipo quarta classe, a acompanhar. Não preciso, nem nunca precisei de telepontos para estar a enganar as pessoas a fingir que estou a falar o que me vai na alma. Não. Estão a falar o que lhes disseram para dizer. Convosco falarei sempre com o coração aberto, com lealdade, dizendo-vos o que penso. Pode ser melhor, pode ser pior, mas o que eu lhes disser é sempre o que penso.”


