Jovem extremo tem sido uma flecha magnetizante, o turbo de uma equipa em alta, devorando jogos - 42 - como nenhum sub-20 na elite
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Roger assumiu o máximo protagonismo e relevo no jogo do Braga, sendo uma flecha pela direita, um frenesim endiabrado que dança, olhos nos olhos, sobre os rivais. Titular por 31 vezes nos guerreiros, subiu ao relvado em 42 encontros, ou seja, todos na caminhada já percorrida pelos minhotos. Soma cinco golos e quatro assistências na época em curso.
No que toca a jogadores sub-20, não há dimensão parecida de proeminência e eficiência, respondendo o extremo com chamadas sucessivas e rendimento acelerado. Quenda, no Sporting, com 39 partidas, e Pau Cubarsi, no Barcelona, com 38, andam perto, mas, lá está, o breve intervalo faz toda a diferença, não sendo comum tamanho volume de partidas, ainda em fevereiro.
É, seguramente, o jogador sub-20 à escala europeia, tomando em consideração as principais ligas, denominadas Big-5 e a nossa, com mais jogos na época 2024/25. Um alegre devorador de minutos, sorrindo sem ponta de desgaste, e vivendo aquela idade em que se sente capaz de conquistar o mundo. Parece de depósito cheio, fulgurante combustível na recuperação de uma esperança pelo pódio na liga, num Braga que perdeu volume de opções na frente e viu escapar Bruma, que era uma unidade de claro valor acrescentado.
Agarrando vibrantes níveis de confiança, tal como maturidade e resistência raras para a idade, Roger vai aproveitando as bases prematuras de um caminho para a ribalta que cedo lhe foi aberto por Carlos Carvalhal, que o estreou oficialmente numa Supertaça com o Sporting, tinha então ainda cara e Cartão de Cidadão de pequenote, apenas 15 anos e oito meses. Desarmado, na altura, pelo poder reluzente deste diamante e a sua vontade de escalar, Carvalhal reencontrou-o agora mais sólido no seu firmamento, face ao arcaboiço mental e físico adquiridos, espalhando pelos campos fantasia de topo aos 19 anos.
Um verdadeiro furacão no assalto ao pódio de liga
Roger assume-se, cada vez mais, como figura maior deste Braga, conseguindo neste momento coletivo - seis vitórias e um empate nos últimos sete jogos da liga - o rótulo de elo mais determinante, até por cima de Horta. Cantar-se-ia, aqui, uma futura passagem de testemunho, não fosse o mercado ferver de pressa por tamanha ebulição de talento.
A assistência para Gorby na recente vitória sobre o Nacional, numa exibição repleta de expressivas pinceladas, vertendo sobressaltos na tela, somada a dois golos na receção vitoriosa ao Gil Vicente, espelham isso mesmo. Na Pedreira, o encanto cresce e o processo para ser elegível para as seleções tem iminente conclusão.
Reencontro com o amigo Bruma
A deslocação à Luz vai colocar Roger frente a frente com Bruma, um companheiro de duas épocas em Braga, e que havia sido ídolo quando o extremo bracarense era uma criança em Bafatá. A mudança para o Benfica deixou Roger sem um dos seus grandes apoios na Pedreira, quase um farol inspirador de aprendizagem e profunda bagagem. O reencontro será bonito, garantem os amigos desta dupla guineense, que alavancou grande apoio na Guiné-Bissau ao Braga nos últimos tempos. Os jogos eram seguidos com paixão e Bruma e Roger fizeram mesmo aliança temível com uma química que se constatava dentro e fora do campo.