Caso Boaventura: CD da FPF arquiva quatro jogos e aguarda investigações de outras partidas do Benfica
Na quarta-feira o empresário de futebol César Boaventura foi condenado, pelo Tribunal de Matosinhos, a uma pena de prisão cumulativa de três anos e quatro meses, com execução suspensa, por três crimes de corrupção ativa no desporto.
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O Conselho de Disciplina da FPF, por proposta da Comissão de Instrutores da Liga, decidiu o arquivamento do caso aberto pelo aliciamento de jogadores do Rio Ave e Boavista, por parte do empresário César Boaventura, para que facilitassem em jogos com o Benfica, na temporada de 2015/16 e 2026/17.
No acordão pode ler-se que "no que respeita [...] à parte da factualidade relativa à Sport Lisboa e Benfica SAD, foi tida em conta a prova colhida no inquérito criminal [...], que correu termos no DCIAP, onde, com meios de produção de prova indisponíveis no processo disciplinar, se concluiu pelo arquivamento, por força da insuficiência de indícios de que o empresário César Boaventura tenha agido a mando e no interesse da Sport Lisboa e Benfica SAD".
Já sobre César Boaventura, a Comissão de Instrutores recorda que no que respeita à responsabilidade dos intermediários ou empresários desportivos "a inaplicabilidade do Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portugal aos mesmos" impede qualquer decisão.
No mesmo documento é referido que a mesma Comissão propõe que prossiga "o processo de inquérito" referentes a jogos da época 2017/18 e que, sabe O JOGO, envolve igualmente o Benfica. "Devendo prosseguir o processo de inquérito, continuando a investigação sobre a demais factualidade alegadamente ocorrida por ocasião dos restantes jogos objeto dos autos do Processo de Inquérito n.º37.-2017/2018", pode ler-se.
Finalmente, é decidido igualmente o arquivamento do caso de "aliciamento indevido de jogadores terceiros por ocasião do jogo disputado, no dia 08.05.2016, entre a Marítimo da Madeira - Futebol, SAD e a Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD, a contar para a 33.ª jornada da Liga NOS, da época desportiva 2015/2016": Neste caso, é referido que "não foi colhida qualquer prova que permita afirmar a existência de indícios suficientes de que a Sporting Clube de Portugal SAD, ou alguém a seu mando, tenha proposto o pagamento da quantia de €400.000,00 ao plantel da Marítimo SAD, a dividir por todos os seus elementos, em caso de empate ou de vitória sobre a Sport Lisboa e Benfica SAD."
Recorde-se que na quarta-feira o empresário de futebol César Boaventura foi condenado, pelo Tribunal de Matosinhos, a uma pena de prisão cumulativa de três anos e quatro meses, com execução suspensa, por três crimes de corrupção ativa no desporto.
O empresário foi ainda condenado ao pagamento de 30 mil euros a favor de uma instituição de solidariedade social ou de promoção do desporto, e impedido de ter atividade profissional como agente de jogadores, de forma direta ou indireta, durante dois anos.
O tribunal deu como provado o aliciamento aos ex-jogadores do Rio Ave Cássio Marcelo e Lionn, mas ilibou César Boaventura do crime de corrupção em forma tentada ao antigo jogador do Marítimo Romain Salin.
Recorde-se que a TVI noticiou, a 1 de março de 2023, que o Ministério Público estava a investigar 12 jogos por suspeitas de suborno do Benfica.
Seis dos 12 jogos envolvem Benfica, os outros seis são jogos de adversários do Benfica (Sporting e FC Porto). Seis dos jogos alegadamente investigados pelo MP são: Marítimo-Benfica, 0-2, de maio de 2016; Rio Ave-Benfica, 0-1, maio de 2017; Boavista-Benfica, 2-2, maio de 2017; Benfica-Marítimo, 5-0, março de 2018; Benfica-Boavista, 5-1, janeiro de 2019; Marítimo-Sporting, 2-1, maio de 2018.
Sublinhe-se que da parte da Federação não houve informação em relação a estes jogos.