Avançado da Juventus costuma usar maquilhagem em campo e questiona quem a critica por isso
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Alisha Lehmann, mediática futebolista suíça que alinha pela Juventus, abordou esta terça-feira vários tópicos numa conversa com o canal de Youtube “Small Talk”, incidindo sobre a sua subida à fama.
A avançado de 26 anos, que se sagrou campeã italiana na sua época de estreia na “Vecchia Signora”, somando dois golos e duas assistências em 22 jogos, começou por contar como foi a sua infância na Suíça, traçando diferenças entre a cultura desse país e a de Inglaterra, onde jogou no West Ham, Everton e Aston Villa entre 2018 e 2024, após deixar o Young Boys.
“A educação na Suíça é muito estrita. Ali, todos estamos centrados no trabalho. Noutro países as pessoas são mais relaxadas, mas nós pensamos que temos de trabalhar, comprar uma casa, formar uma família... Isso ajudou-me muito, cresci assim e aprendi o que significa a disciplina. Gostei da cultura inglesa, é muito diferente da nossa. Em Inglaterra, toda a gente é relaxada: saem muito, divertem-se, talvez trabalhem um pouco menos”, comparou.
“Quando tinha seis ou sete anos, assinei com um clube. Era muito rápida em pequena, era mais rápida do que os rapazes. Comecei na minha terra e sempre quis jogar. O momento em que tudo mudou foi quando cheguei ao Young Boys, tinha 11 ou 12 anos. Nessa altura, treinávamos de manhã com os rapazes e aos fins de semana jogávamos com as raparigas. Diverti-me, mas não acreditava que pudesse tornar-me numa futebolista a sério. O futebol feminino não era como hoje e eu acreditava que na Suíça ganharia mais dinheiro com um trabalho normal do que como futebolista. Nunca pensei que o conseguiria, vivi a minha vida”, admitiu.
Lehmann, que conta com mais de 16 milhões de seguidores no Instagram, apontou ainda que a sua popularidade nas redes sociais também contribuiu para a evolução do futebol feminino nos últimos anos: “Quando jovens raparigas te dizem que és o ídolo delas, sentes algo especial. Nunca pensei que poderia ser um ídolo. Estamos a presencial algo incrível, também graças ao último Europeu em Inglaterra e ao Mundial na Austrália e Nova Zelândia”.
A concluir, a futebolista também abriu o livro sobre os aspetos negativos dessa atenção mediática e questionou quem a critica por usar maquilhagem em campo ou arranjar as unhas.
“Sou uma mulher, sou feminina e gosto de unhas. Não sou lateral, não tenho de fazer lançamentos laterais. As pessoas falam demasiado dessas coisas, não influenciam o que se passa no campo de forma alguma. Sempre me criticaram por estas coisas, mas não me interessa o que escrevem. Há pessoas que não gostam que jogue com maquilhagem, mas qual é o problema? Não faço mal a ninguém. Qual é o problema? Sou mulher e podia jogar sem maquilhagem, mas gosto de a usar e se alguém se chateia com isso, eu gosto. Pinto mais os lábios de propósito só porque há pessoas que podem não gostar, faço-o por eles. Qual é o mal? Não faço nada de mal, gosto disso”, atirou.
“Eu nunca diria nada a outras mulheres. As pessoas podem falar sobre como jogo ou não, parece-me bem. É futebol e tudo muda muito rápido, mas sobre a minha vida privada sinto-me ofendida, mas só me disserem pessoas com quem me importo”, acrescentou.