Abel Ferreira elogia Artur Jorge e reflete: "Nem o Manchester City consegue..."
Palmeiras aproveitou mais um deslize do Botafogo para subir à liderança do Brasileirão a três jornadas do fim, mas o treinador português avisa que nada está resolvido
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O Palmeiras de Abel Ferreira aproveitou na madrugada deste domingo mais um deslize do Botafogo de Artur Jorge – empatou 1-1 em casa com o Vitória - para o ultrapassar na liderança do Brasileirão a três jornadas do fim, tendo ambos 70 pontos, sendo que o “Verdão” tem vantagem no número de vitórias (21 contra 20).
Após vencer em casa do Atlético Goianiense por 1-0, o técnico português do bicampeão brasileiro recusou entrar em festas antecipadas, acalmando os ânimos com elogios para o “Fogão” e o compatriota que o treina.
Ao mesmo tempo, apontou que nem o tetracampeão inglês Manchester City, que leva cinco derrotas consecutivas em todas as competições, consegue ser sempre dominante em campo, mas apontou à necessidade de “arrancar” resultados mesmo quando a exibição não é a melhor.
“Faltam três jogos, não vou alterar nada. Ficámos fora da Copa do Brasil com o vencedor [Flamengo], ficámos fora da Libertadores com um finalista [Botafogo]... O Botafogo tem uma equipa brilhante, um treinador excelente e grandes jogadores. O mais importante é o próximo jogo e o próximo é o Botafogo. O mais importante é recuperar os jogadores, temos dois dias, tivemos três jogos seguidos e esta era a nossa final, agora faltam mais três. Vamos continuar, o jogo mais importante agora é o próximo, em casa, contra o Botafogo. Conseguimos a mesma pontuação do ano passado, temos de continuar a superar-nos. Respeito máximo ao Botafogo e terça-feira é mais uma batalha, faltam três”, defendeu, em conferência de imprensa.
Tendo em vista esse embate decisivo na luta pelo título brasileiro, Abel salientou a importância do aspeto mental em equipas que já venceram este tipo de disputas recentemente, como é o caso do Palmeiras, ao contrário do Botafogo, que procura reerguer um troféu que apenas ganhou uma vez, em 1995.
“Acho interessante que ninguém fala do lado mental. Os jogadores sentem a pressão de ganhar, é preciso saber lidar com estes momentos. Quando casaram pela primeira vez, estavam todos à vontade? É como ir com um amigo a um restaurante? É diferente. Estamos três ou quatro anos na disputa, sabemos o que é”, comparou, rematando: “Acham que os jogadores são máquinas, mas eles têm emoções, têm um adversário. Nem o City consegue manter a regularidade de desempenho o ano todo. Quando o desempenho não está, os três pontos devem aparecer. É a resiliência que faz as equipas melhores do que as outras”, completou.
O Palmeiras vai receber o Botafogo na madrugada de quarta-feira (00h30), num duelo de treinadores portugueses que se prevê decisivo para as contas do Brasileirão.