Numa publicação nas redes sociais, Miguel Baptista Santos relata que não pôde ver o jogo após alegados abusos e excessos de intervenção policial
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Miguel Baptista Santos, adepto do Sporting, denunciou nas redes sociais alegados abusos e excessos da polícia de intervenção no Jamor. O mencionado adepto relata que foi agredido na cabeça, necessitando de assistência médica, e acabou por nem poder ver o jogo.
Leia a mensagem:
"Não, isto não é a festa da taça. Não, isto não é o Sporting nem o Benfica. Não, isto não é futebol nem desporto. Não, isto não e amigos nem rivais. Isto é sobre os mesmos de sempre a estragar a festa que é o futebol. Não vêm para proteger, vêm para provocar. Confundem autoridade com abuso, confundem farda com escudo para a violência. Onde devia haver celebração, há cacetetes. Onde devia haver cânticos e cores, há medo. Não há fair play quando quem devia manter a ordem é o primeiro a semear o ódio. O futebol é paixão, é rivalidade saudável, é camisolas diferentes no mesmo estádio, é crianças com cachecóis de cores opostas a rirem-se juntas. É competição, sim, mas sem ódio. A bola une, a bola eleva, a bola dá-nos tudo e por isso se enche o Jamor com centenas de milhares de pessoas e apenas 37 mil com bilhetes. Mas ha quem insista em arrastar esta festa e esta alegria para o debaixo do chão, sujá-la com o peso de um autoritarismo cego e de quem não sabe lidar com o poder. Esta, apesar do resultado, conseguiram nem vi um minuto de jogo", escreveu.
E prosseguiu: "Eu, o Miguel, estava na fila como milhares de sportinguistas e só queria o bem de todos. Ao abrir espaço para uma senhora que se estava a sentir mal e onde eu estava a tentar abrir espaço para que ela passasse à frente, toquei num dito polícia onde nem a cor dos olhos se ve e cacetete. São cobardes e abriram-me a cabeça, calhou-me a mim, mas podia ter sido a uma criança, a um idoso ou à mulher que eu estava a tentar ajudar, para mim desconhecida, mas uma vida e alguém por quem devemos sempre zelar. Uns pelos outros. O bilhete que me permitia entrar está aqui, com os restos da festa da taça. A semana passada o Bernardo, hoje eu e amanhã podes ser tu, muda e bate com o pé. A PSP (Polícia de segurança pública) não faz jus ao nome. Não precisamos de polícia que ataca, precisamos de polícia que protege. Não precisamos de guerra nas ruas, precisamos de festa nas bancadas. A rivalidade não pode ser desculpa para violência. Se o futebol é o desporto do povo, então deixem o povo festejar em paz. Deixem o futebol para quem o quer bem e não censurem nem usem como justificação para a violência. E viva o futebol."