Com vídeo será ainda pior
É inútil usar o golo de Ronaldo ao Club América, no Mundial de Clubes, contra o videoárbitro. Um juiz andar para traz e para a frente, a validar e a invalidar as interpretações proporcionadas pela máquina, não passa de um momento típico do caos que sempre rodeia uma iniciativa tão à revelia da tradição, no futebol como noutra coisa.
O futuro do videoárbitro não passa por este tipo de tropelia, mas pela importação do adepto para o campo da decisão. O que verdadeiramente importa na iniciativa, o seu definitivo fito, é a deslocação do debate que hoje pertence aos programas de informação desportiva para o âmbito da transmissão em direto dos jogos. É a transformação do julgamento através do vídeo em parte do espetáculo.
A dificuldade de ajuizar certos lances vai manter-se. A polémica, essa, vai crescer. Ainda esta semana chegou nova prova: divulgados pelas restantes televisões os dois mil ângulos que provam como Pizzi e Semedo fizeram penálti, e que a BTV racionara, a discórdia permanece. O videoárbitro não vai mudar isso. Apenas vai dizer aos mais frustrados que, se havia vídeo, então o árbitro não se enganou: roubou.
Haverá sangue.
O VELHO MÉTODO
E talvez ainda o melhor
Peseiro é o oitavo treinador a cair em três meses e meio. No ano passado, chegámos a Fevereiro com três chicotadas.
Talvez os clubes estejam mais exigentes. Talvez os jogadores mais preguiçosos e, sendo impossível despedir o plantel, se despeçam os treinadores. Talvez os treinadores tenham crescido muito salarialmente.
Talvez tudo isso.
