Tratem a doença, sff
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As transcrições que a comunicação social fez ontem das deliberações da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga de Clubes que ilibam o Benfica (sobretudo este) no já chamado "processo das 72 horas" chegam a ser constrangedoras. É tal o arrazoado, tanto discurso e tanto o aposto ou continuado, que chega a parecer exegese bíblica: uma intrincada teia de interpretações à letra e interpretações ao espírito que só não descambam numa série de denominações no seio de uma mesma religião porque, na verdade, se trata apenas de futebol. Pelo amor de Deus: é a lei que está mal escrita. Corrijam o texto legal em vez de acumularem jurisprudência-sobre-jurisprudência, alimentando o monstro burocrático que da próxima vez vos morderá ainda mais forte.
Rei leão
O desatino continua
Sugiro aos repórteres que façam ao contrário: em vez de perguntarem quem está disponível para uma candidatura ao Sporting, mandem levantar a mão apenas àqueles que definitivamente não estão na corrida. Por esta altura só sei de três pessoas: Abrantes Mendes e dois velhotes de Freixo de Espada à Cinta, que aliás só não se candidatam porque têm bicos de papagaio e lhes custa fazer viagens longas. Até o nome de Hermínio Loureiro já entrou na equação. Mas isso era de esperar, porque esta semana Hermínio Loureiro ainda só se tinha candidatado a um cargo no Comité Olímpico de Portugal e, portanto, corria sérios riscos de não cumprir a sua quota.
O mundo todo?
A ameaça australiana
Os primeiros resultados apurados pela Comissão de Investigação Criminal, criada pelo governo australiano para aquilatar da utilização de doping no chamado país dos cangurus, trazem à volta a aura de prenúncio. O ministro da Administração Interna fala em "revelações chocantes, que vão desiludir os fãs do desporto australiano" - e a conclusão central é a de que o recurso a substâncias proibidas é generalizado, abrangendo quase todas as modalidades. A mim, gela-se-me a espinha. Aqui não é assim, pois não?