Doravante, a equipa do Benfica será "Siqueira e mais dez". E a plateia encarnada, ávida de sucesso, aplaudirá de pé
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No Benfica ou na China, quem decide é Jorge Jesus. Cinquenta por cento desta frase tem direitos de autor, pois é uma citação reativa do próprio técnico, que em fevereiro de 2012 era apertado pela Imprensa pelo facto de, convocatória atrás de convocatória, rejeitar a hipótese de dar uma "goela" a Capdevila, um campeão mundial e europeu. Na Luz, porém, foi "apenas" um bom rapaz que nunca serviu para sentar Emerson, mal-amado pelos adeptos. Então como agora, o lateral-esquerdo era o elo mais fraco da equipa, um verdadeiro maná para os adversários, que apontavam àquele corredor para saquear pontos. A ferros, Siqueira também chega de Espanha como Capdevila, mas não é preciso ser adivinho para estimar que a sua sorte será diferente. Suando o normal, conquistará a titularidade com uma perna às costas, por duas razões fortes: uma é a qualidade e, agregada a ela, a competência de que vem reputado no exercício da função - por isso passou o verão a ser namorado pelo Real Madrid, pelo qual poderia ter sido ontem apresentado caso Coentrão tivesse entrado em Old Trafford; a outra, também simples de compreender, tem raiz na lista de pedidos feitos por Jesus para fortalecer o plantel. O ex-Granada é "um dos do treinador" e, situado nesse patamar, não falhará entre os preferidos. A prova mais fresca de que, doravante, a equipa será "Siqueira e mais dez" está na notícia que O JOGO avança nesta edição: Bruno Cortez não conta para os jogos da Champions - foi cortado da lista de jogadores utilizáveis na prova da UEFA. Alguém tinha de pagar a fatura do excesso de estrangeiros. A plateia encarnada, ávida de (bons) resultados, não leva a mal. Pelo contrário, até aplaude de pé.