Saldo com Benfica e FC Porto até podia ser melhor, se o Sporting cedesse à tentação de encolher nos feriados e dias santos
Muito foguetório iluminou, entretanto, os céus de Alvalade e o foguetório encandeia, mas é boa altura para lembrar o que se dizia - corretamente - em agosto: o Sporting está muito longe de ter os meios do Benfica e do FC Porto. Se já a existência, ou criação, de um William Carvalho é uma espécie de fenómeno do Entroncamento, ter ao lado um jogador capaz de o substituir sem afetar a equipa roçaria os domínios do bruxedo.
Para azar de Jardim, na Luz viu-se a aplicação prática das distâncias entre o melhor Benfica da época - bem acima do que jogou com o FC Porto - e um Sporting mutilado de dois dos três jogadores mais difíceis de substituir (o outro é Adrien). Ou seja, coincidiram um Benfica no top e um Sporting diminuído nos pontos fortes, sobretudo o meio-campo, que é o grande sucesso da época e o coração da equipa. "Hoje perdíamos sempre", disse Jardim no final, mas, se calhar, sem acreditar nisso.
Tal como o Braga dele deixou de ser, como era com Domingos, a equipa manhosa que armadilhava os grandes (e passou a não lhes ganhar pontos), também o Sporting podia ter abordado os cincos jogos que fez com Benfica e FC Porto de outra maneira. Seria sempre mais fácil baixar no campo, apertar as marcações e esquecer o ataque. Talvez até a crítica e os adeptos lhe perdoassem o ferrolho; talvez tivesse agora mais pontos e vivesse ainda nas Taças. Mas o que teria aprendido uma equipa que se quer ensinar a discutir títulos a médio prazo? Que não pode olhar todos os adversários nos olhos? Que não faz mal ter medo de vez em quando?
