Sá Pinto não deixou a equipa do Sporting tão desorientada como está agora. Essa culpa é de outros e não é pequena
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Não se pode dizer que o resultado do Basileia-Sporting tenha sido uma surpresa. A condescendência geral para com o Sporting, que é visto como um doente acamado (e é um doente acamado), levou ao tique de ignorar as partes negativas do jogo anterior com o Braga. Entende-se. Ganhavam pela primeira vez em muito tempo e seria cruel comprometer uma autoestima que, antes disso, nem com microscópios da NASA se conseguia topar. Mas a noite dos mortos-vivos de Basileia foi só a reencenação do que se tinha visto nesse domingo de campeonato: uma equipa sem filtro, fácil de empurrar para trás e dada a demasiados erros primários na defesa.
Rui Patrício foi o suprassumo da jornada e devia ter sido esse o indicativo de que o resto continuava a trabalhar no arame. O Sporting não sabe a qual ponta acudir: ou é o ataque que congela, não raciocina e não produz, ou é a defesa que arreia mal um avançado lhe faz caretas. Um pesadelo futebolístico que já só tem explicação no âmbito da psiquiatria (e não da psicologia, porque os psicólogos não podem receitar químicos a sério). Nem Sá Pinto deixou a equipa tão desconchavada como ela está agora: o que se vê é o resultado dos trambolhões que foi dando entretanto, ladeira abaixo, enquanto a direção refletia.
