A eventual despenalização de Markovic pode precipitar um castigo a Artur: um risco a avaliar pelo Benfica
Ocaso do castigo a Markovic coloca o Benfica perante um dilema curioso. Por um lado, as declarações de Vucinic, o montenegrino que também foi expulso na sequência da confusão que se gerou entre os bancos da Juventus e do Benfica, assegurando que Markovic foi mal expulso pelo árbitro, abrem a porta a um eventual recurso dos encarnados no sentido da despenalização do sérvio. Por outro, tal recurso teria de contrariar a tese defendida no caso de Enzo, que a Juventus tentou afastar do jogo de quinta-feira por causa de uma alegada agressão a Chiellini. Na altura, os encarnados defenderam que o árbitro tinha assistido e julgado o lance, pelo que não existiria lugar à revisão da decisão por parte dos órgãos disciplinares, tal como prevê o ponto 1 do artigo 9º do Regulamento Disciplinar da UEFA. Defender agora a revisão de uma decisão do árbitro pareceria contraditório com aquilo que os encarnados alegavam há poucos dias. Mas, mais do que isso, o ponto 2 do mesmo artigo 9º do Regulamento Disciplinar da UEFA prevê os casos de identidades trocadas pelo árbitro, admitindo a revisão das consequências disciplinares das decisões tomadas nessas circunstâncias. A questão é que o mesmo ponto admite a abertura de procedimento disciplinar contra a pessoa que, de facto, cometeu o ato julgado pelo árbitro. Ou seja, ao tentar despenalizar Markovic o Benfica pode precipitar o castigo de Artur, uma vez que foi o guarda-redes o envolvido na confusão com Vucinic. Ora, mesmo que o treinador encarnado já tenha decidido jogar a final com Oblak na baliza, será preciso avaliar muito bem o que é melhor para a equipa: correr o risco de ter Paulo Lopes como única opção para a eventualidade de algum percalço com o esloveno antes ou durante o jogo, ou passar sem Markovic. Venha Jesus e escolha.
