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Mário Figueiredo e Miguel Macedo passaram a manhã de ontem a debater a urgência de interditar os recintos desportivos a "adeptos desordeiros". Curiosamente, poucas horas antes, o Benfica, que um dia pusera as suas duas claques na ordem, reaproximara-se de ambas, elogiadas aos microfones por Luisão - e em particular dos No Name Boys, a quem Jorge Jesus verbalizara um agradecimento especial. Aparentemente, só as claques perceberam a necessidade encarnada de poupar meios no jogo frente ao Bordéus, o que as fez recuperar relevância no status quo do maior clube português. E, entretanto, continua-se a desinvestir nos dispositivos de segurança, apesar das palavras do presidente da Liga de Clubes e das boas intenções do ministro da Administração Interna. Sou só eu que vejo formar-se aqui o cumulonimbus, o barril de pólvora para cuja ameaça apenas despertaremos, mais uma vez, depois de concretizada nova desgraça?
Ainda falta tanto
Uma pessoa olha para o calendário e dá-se conta de que ainda faltam quinze dias para as eleições do Sporting. Quinze dias desta penosa troca de insinuações e sarcasmos sob os quais não espreita nenhuma ideia, a não ser aquela que na verdade podia ser o slogan das três candidaturas: "Vamos ser poupadinhos e depois logo se vê." Compara-se esta campanha com a de há dois anos e o balanço é claro: desapareceu a alegria, fenece a esperança. Isso, pelo menos, já ninguém pode tirar a Godinho Lopes: muito mais do que ter falhado a concretização de um projeto, praticamente ter extinguido a fé em qualquer outro.
Fair play, como?
O Paris Saint-Germain é imune às regras do fair play financeiro? Ou serão as regras do fair play financeiro que estão tão toscamente definidas, que qualquer contabilista de esquina conseguiria contorná-las, quanto mais os magos da engenharia financeira catarense, habituados à transação internacional do gás natural e dos golpes publicitários?
