Mostrar Funes Mori a dizer que preferiu o Benfica ao FC Porto até poderia massajar egos, mas não ontem
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Num fim de semana em que sobressaiu a qualidade dos jogadores colombianos, a assinarem momentos de classe extra, acaba por ser o Benfica a ficar no olho do furacão. Perder em casa do Marítimo não seria dramático em condições normais, mas este arranque de temporada é tudo menos normal para o emblema da Luz. O final desastroso da época passada continua presente na memória de todos, tornando inevitável a tendência para se pensar que a má reentrada em cena significa estar para chegar mais do mesmo. Daí a contestação pronta. São vários os motivos a provocar o esgotamento na capacidade de desculpa dos adeptos, desde a renovação de Jorge Jesus ao processo Cardozo, que voltou a enfraquecê-lo quando o plausível, e expectável!, por parte de quem escolheu ficar com o técnico seria torná-lo intocável.
Na ressaca do trambolhão na Madeira, os responsáveis benfiquistas tentaram jogar a bola para a frente e apresentaram - o, para já, pouco apelativo - Funes Mori, que por entre acordos, desacordos e adiamentos no embarque, ontem só podia mesmo ter uma utilidade: dizer que recusou propostas do FC Porto por querer muito jogar no Benfica. Mesmo admitindo ter havido um pingo de sinceridade na afirmação, que se afigura induzida ou ditada, a mesma teria massajado o ego aos adeptos noutra altura, não ontem.
Quem viu o palco ser-lhes roubado pela desdita benfiquista foram os colombianos heróis da primeira jornada. Fredy Montero abriu a campanha oficial no Sporting com três golos, reacendendo a chama da ilusão aos leões; Quintero assinou uma obra de arte em Setúbal e os portistas já acreditam que, afinal, podem deixar de chorar por James Rodríguez; Jackson reafirmou capacidades e empenho total. Ainda assim, as atenções estiveram viradas para outro lado.