
Tony Dias/Global Imagens
O prédio onde mora o árbitro Vasco Santos foi vandalizado na madrugada desta quinta-feira e o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) comunicou o sucedido, bem como a denuncia já feita às autoridades.
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Em comunicado, o CA da FPF informa que vai "fazer chegar ainda hoje toda a informação disponível às autoridades" e condena "o comportamento irresponsável de agentes desportivos em relação aos árbitros e à arbitragem" que, segundo defende, "é potenciador deste tipo de situações".
"O Conselho de Arbitragem exorta os clubes a demonstrar que são capazes de analisar a gravidade deste tipo de situações e encontrar soluções imediatas no quadro da autorregulação existente", pode-se ler no comunicado, onde a federação exorta também: "O discurso de ódio no futebol tem de parar de imediato".
A FPF deixa ainda um alerta às autoridades públicas "para que não esperem por uma tragédia para intervir."
Refira-se que Vasco Santos foi o videoárbitro do Benfica-Belenenses (5-0) do passado dia 18 de agosto, jogo do lance polémico entre Eliseu e Diogo Viana, tendo recebido críticas de vários quadrantes por não ter visto e comunicado a alegada falta para cartão vermelho do jogador benfiquista.
Em 2014, na sequência de uma atuação polémica num Vitória de Setúbal e Sporting (2-2), Vasco Santos foi alvo de ameaças de morte, na altura denunciadas por José Gomes Fontelas, que era então presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e é agora o presidente do CA da FPF.
Leia o comunicado da FPF na íntegra:
1. O prédio onde mora o árbitro C1 Vasco Santos foi esta madrugada vandalizado.
2. O Conselho de Arbitragem fará chegar ainda hoje toda a informação disponível às autoridades, a exemplo do que sucedeu em ocasiões anteriores com episódios da mesma natureza.
3. O Conselho de Arbitragem condena de forma inequívoca e veemente este tipo de comportamento que visa perturbar os agentes da arbitragem.
4. O comportamento irresponsável de agentes desportivos em relação aos árbitros e à arbitragem, velho de décadas, é potenciador deste tipo de situações.
5. Tal como teve oportunidade de sublinhar recentemente, o Conselho de Arbitragem nota que os castigos a árbitros são efetivos enquanto os castigos a dirigentes desportivos produzem reduzido efeito prático.
6. O Conselho de Arbitragem exorta os clubes a demonstrar que são capazes de analisar a gravidade deste tipo de situações e encontrar soluções imediatas no quadro da autorregulação existente.
7. O discurso de ódio dos agentes desportivos tem como principal vítima a arbitragem - e o futebol! -, o que é insuportável e inaceitável.
8. O discurso de ódio no futebol tem de parar de imediato.
9. O Conselho de Arbitragem apela às autoridades públicas para que não esperem por uma tragédia para intervir.
10. O Conselho de Arbitragem defenderá de forma enérgica e inequívoca todos os árbitros portugueses.
