Gil Vicente marcou uma conferência de imprensa para quinta-feira. FPF também não comenta a decisão favorável ao clube no processo que já tem uma década.
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O Gil Vicente anunciou, esta terça-feira, a marcação de uma conferência de imprensa para as 12h30 de quinta-feira, altura em que o presidente António Fiusa, o advogado do clube, Pedro Macieirinha, e o advogado Paulo de Moura Marques abordarão o acórdão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa que dá razão ao clube na contestação à pena de descida de divisão aplicada em 2006, na sequência do que ficou conhecido por "caso Mateus". Há uma década que os gilistas acumulam vitórias nos tribunais, mas, desta vez, a decisão mexe com a composição do campeonato, uma vez que implica a reintegração do Gil Vicente no escalão principal.
Esta é, contudo, uma decisão de primeira instância, ou seja, admite recurso.
Essa será, contudo, uma opção que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) só analisará depois de receber o acórdão. Por agora, a decisão é conhecida apenas através do sistema informático de apoio aos tribunais. Só quando os papéis chegarem à FPF haverá reacção. O Gil Vicente também aguarda a notificação para se pronunciar acerca de mais esta decisiva vitória no longo processo em que, para além da reintegração na I Liga, reclama uma indemnização pela descida.
Um eventual recurso desta decisão poderá adiar novamente o fim do "caso Mateus", mas, essa opção representa também um custo mais elevado para a indemnização que vier a ser fixada para o Gil Vicente. Até hoje, a FPF tem recorrido sempre, sem conseguir mais do que adiar a derrota que se afigura inevitável.
Na origem do "caso Mateus" estão as sanções aplicadas ao Gil Vicente por ter recorrido aos tribunais para ver reconhecida a validade da inscrição do avançado angolano contratado ao Lixa em 2005/06. O contrato foi registado e a inscrição posteriormente anulada, com o argumento de que se tratava de um jogador amador. No final da época, uma queixa do Belenenses, despromovido em campo, precisamente em Barcelos, precipita o castigo ao clube de Barcelos e garante a repescagem do emblema do Restelo, bem como o início de uma batalha jurídica que pode estar, agora, à beira do fim.
Nesse cenário e caso não haja recurso, a Liga - que também pode contestar esta decisão do Tribunal Administrativo - terá de promover o alargamento do campeonato principal, já a partir da próxima época, para devolver ao Gil Vicente o lugar que, segundo a Justiça, nunca lhe devia ter sido retirado.
