
Pinto da Costa com Luís Gonçalves, diretor-geral do FC Porto
Presidente do FC Porto deu uma longa entrevista no México, com Herrera, Layún e Corona à cabeça, mas com espaço para atacar o árbitro João Pinheiro, pouco dias antes do clássico
Pinto da Costa concedeu uma longa entrevista à ESPN - a que O JOGO teve acesso - e falou dos 34 anos que leva de presidência. No que respeita ao mais atual, destaque para a posição que marcou, ao lado de Luís Gonçalves, suspenso oito dias por ter sido expulso no final do empate em Setúbal. "A equipa vinha de uma boa série de vitórias, interrompida por factos estranhos ao jogo e à verdade. Há um penálti claríssimo, que ainda ninguém disse que não foi, transformado em amarelo ao Otávio. Foi o corolário de uma arbitragem lamentável que sucede em toda a parte, infelizmente", atirou, em semana de um Clássico em que só admite a vitória, como frisou a 235 sócios, na Assembleia Geral de quinta-feira. "O FC Porto vai entrar só com um pensamento e objetivo: ganhar. E só admitimos uma coisa: ganhar. Se todos pensarmos assim e não existirem profissionais do assobio, nós vamos ganhar", sublinhou.
Voltando à entrevista, numa verdadeira operação de charme para toda a América Latina e para os muitos milhões de hispânicos que vivem nos Estados Unidos e têm acesso aquele canal. "Desde Cubillas, que têm sido imensos os que por aqui passaram. O Lucho, o James, o Falcao ou o Jackson, deixaram todos história. Como nos demos bem, sobretudo com a forma profissional que sempre atuaram mantemos essa aposta, por exemplo com o Herrera, que é o nosso capitão" lembrou.
O mexicano foi um dos jogadores por quem o FC Porto teve propostas para vender no último defeso - Meuro30 oferecidos no último dia do mercado, de acordo com Pinto da Costa -, mas que, por estratégia ficou. "Além do valor futebolístico, tem a mística do FC Porto. Durante 90", estejam as coisas a correr bem ou mal, transmite força à equipa. É muito importante até fora do campom junto dos mais novos. Entendemos ser importante ter uma referência como ele quando estamos a lançar jovens de 19 e 20 anos. Ele ajuda a fazer a transição de uma geração para a outra. Considero o Herrera um jogador fundamental", sublinhou.
Layún também mereceu elogios. "Joga sempre e até no meio-campo já foi utilizado. É muito profissional. Damos muita importância não só ao valor desportivo - e é indiscutível que o tem - mas também ao carácter e todos os mexicanos são exemplo disso. O embaixador do México em Portugal vai muitas vezes ao Dragão ver os jogos", revelou, sem se esquecer de Corona, que gostaria de ter no clube por muitos anos. "Tem grande talento. É um jovem que ainda não está completamente formado. Tem um potencial enorme. Vai ser um grande jogador, tem melhorado constantemente, vai ser indiscutível na seleção mexicana e, espero, muitos anos, no FC Porto", atirou.
Além dos três exemplos já citados, o FC Porto tem ainda Raul Gudiño na equipa B e Diego Reyes emprestado ao Espanhol de Barcelona. Pinto da Costa não consegue encontrar uma boa explicação para o facto de não haver muitos mais mexicanos no futebol europeu, sobretudo em comparação com os argentinos, brasileiros ou colombianos. "Se tivesse, no FC Porto, a capacidade financeira de outros clubes, estariam lá mais mexicanos, porque têm valor e carácter. Vamos continuar, sempre que for possível, a investir em jogadores do México, da Colômbia, do Uruguai, de onde temos o Maxi que é um exemplo de abnegação e entrega ao jogo. É um tipo de atleta que, pessoalmente, me interessa muito", admitiu, explicando que detetar os talentos antes dos tubarões europeus é fundamental para conseguir negócios como o de Falcao, comprado por 5,5 milhões e vendido dois anos depois por 40 milhões. "Aprovado o carácter do jogador há que comprar bem, dentro das nossas possibilidades. Se aparecer um Real, um Chelsea ou um Bayern de Munique não temos hipóteses. Por isso temos de os detetar antes dos outros. Depois de comprado há que vender bem. E que seja bom para o jogador também", atirou.
"Champions dá dinheiro e valoriza os jogadores"
Pinto da Costa admitiu ainda que a presença na Liga dos Campeões é "muito importante" no orçamento de um clube como o FC Porto, mas não só. "Também no aspeto desportivo é importante. O mundo do futebol está com os olhos nessas equipas, ninguém está a ver quem anda na Liga Europa, que só desperta atenção na etapa final. A Champions valoriza jogadores e dá prestígio. E o FC Porto está no lote das equipas com mais presenças nessa competição. Isso é de destacar", referiu.
