
Angelino Ferreira
Miguel Marques
Angelino Ferreira foi vice-presidente do FC Porto e responsável das finanças da SAD do FC Porto.
Angelino Ferreira, na entrevista publicada este sábado no jornal Expresso, mostrou-se bastante crítico da política de comissões que vigora no FC Porto. "O problema das comissões é que não se pagam apenas aquisições e vendas, mas também o comissionamento nas renovações e celebração de primeiros contratos profissionais de jogadores da formação da casa. A política de comissões da SAD é, no mínimo, discutível, bem como os negócios com o filho do presidente por uma questão de transparência", lê-se-
O antigo vice-presidente mostrou ainda desconforto com relação do FC Porto com a Energy Soccer, sociedade de Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente dos dragões. "É uma situação que levanta questões de ética. Era preferível que tal não acontecesse", afirmou.
"Não foi uma opção racional? Não. Nos negócios do futebol impera o momento, a oportunidade, daí não ser compreensível que não se tenha vendido um ou outro jogador"
Apesar da ausência de títulos nos últimos três anos, o antigo vice-presidente do FC Porto não vê nisso uma razão para se discutir a sucessão de Pinto da Costa. "Não creio que a liderança do presidente esteja em causa", respondeu antes de afastar qualquer intenção de um dia candidatar-se à liderança do FC Porto.
Começando por dizer que não ficou surpreendido com os resultados da SAD do FC Porto - prejuízo consolidado de 58 milhões de euros -, Angelino Ferreira comentou a decisão dos dragões de não venderem Herrera, André Silva e Danilo por 95 milhões de euros. "Não foi uma opção racional? Não. Nos negócios do futebol impera o momento, a oportunidade, daí não ser compreensível que não se tenha vendido um ou outro jogador", defendeu, criticando ainda o excessivo número de jogadores emprestados (85) pelo FC Porto.
Os resultados da SAD portista rapidamente colocaram a questão do incumprimento do fair play financeiro, afirmando Angelino Ferreira que não existe risco do FC Porto não jogar nas provas da UEFA. "Há um cardápio de sanções, desde coimas a retenções de dinheiros das provas da UEFA, como aconteceu com o Sporting. Os auditores do FC Porto chamaram a atenção para o facto de a SAD não cumprir o break-even [...] situação que pode ser resolvida com um aumento de capital e cumprimento de uma série de medidas impostas pela UEFA". Medidas essas que podem ser redução do orçamento, limitação de número de jogadores inscritos nas provas europeias, impedimento de contratação de jogadores".
