A Cidade do Futebol, no Jamor, que vai passar a ser a casa das seleções nacionais, está quase pronta. A federação ainda não anunciou a data da inauguração, mas O JOGO sabe que tudo está a ser feito para que seja dia 31, quando a FPF comemora 102 anos. Fernando Santos vai terminar lá a preparação do Euro 2016.
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A participação de Portugal no Euro"2016 já está a aquecer. Os novos equipamentos, a parceria na área das tecnologias com a Samsung, os convocados para os derradeiros jogos de preparação, na FPF anda tudo numa lufa-lufa para que nada falhe quando chegar a altura de os eleitos por Fernando Santos entrarem em campo. A Cidade do Futebol também está quase pronta e conseguimos fotografá-la antes de ser vedada (início de março). A inauguração vai acontecer no final do mês.
Agora, quem por lá passar já só vai ver vedações cinzentas à volta do recinto, nomeadamente no final da A9 ou CREL, que separa a zona do Estádio de Honra do Centro Desportivo do Jamor dos terrenos do Alto da Boa Viagem - paredes-meias com o Estabelecimento Prisional de Caxias -, onde está a ser ultimada a construção da Cidade do Futebol.
A cada dia que passa, novos equipamentos aparecem na futura casa das Seleções Nacionais e sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que deixará de funcionar na Rua Alexandre Herculano, no centro de Lisboa.
O timing para a conclusão da obra está a chegar e, embora do lado da FPF nunca tenha sido anunciada oficialmente uma data concreta para a inauguração da Cidade do Futebol, o desejo mantém-se para o próximo dia 31 de março, quando a instituição que gere o futebol português comemorar o seu 102.º aniversário.
O fim das obras, por um lado, e a agenda complexa dos convidados, por outro, estão a condicionar o anúncio da cerimónia por parte de Fernando Gomes, responsável máximo federativo, que conta ter a seu lado - e dado o interesse público do empreendimento atribuído pelo Estado - o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa.
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A Cidade do Futebol foi uma das bandeiras do anterior presidente da FPF, Gilberto Madail, na altura com a designação de Casa das Seleções. O ex-dirigente chegou a assinar um protocolo com a Câmara Municipal de Sintra para a sua construção em terrenos do concelho, mas em 2012, já com Fernando Gomes na liderança, o projeto mudou para o município de Oeiras, graças à cedência dos terrenos do Alto da Boa Viagem, uma zona de sete hectares arborizada que servia para piqueniques, muitos encontros ilícitos e parque de estacionamento do Estádio de Honra, nomeadamente na final da Taça de Portugal.
Com um custo previsto de cerca de 13 milhões de euros, com dinheiros próprios da Federação, nomeadamente os que advirão da alienação da ainda sede, e provenientes ainda da UEFA, da FIFA e das receitas dos jogos particulares da Seleção Nacional, a Cidade do Futebol vai servir de local de trabalho a todas as Seleções Nacionais, não só a principal mas também as dos escalões jovens e feminina. Não terá, ao contrário dos centros de estágio dos clubes grandes, quartos para os jogadores dormirem, por a FPF entender que a zona envolvente está bem apetrechada de unidades hoteleiras - a Seleção Nacional A já tem um protocolo estabelecido com o Hotel Miragem, em Cascais - e ainda que não se justificava o elevado investimento que tal implicaria, face ao reduzido número de noites que os jogadores pernoitam em Lisboa, por ano, ao serviço das Seleções.
No projeto apresentado a 6 de novembro de 2014, a FPF disse pretender a construção de "um recinto que se abre ao exterior, para receber todos os portugueses, mas onde também será possível trabalhar com privacidade e recatado". Com Fernando Santos a anunciar a convocatória final para o campeonato da Europa em maio, o estágio de preparação para a prova, que decorre entre 10 de junho e 10 de julho - Portugal parte para França dia 9 de junho -, vai já realizar-se na Cidade do Futebol, mas não está ainda prevista, contudo, qualquer abertura das portas aos adeptos.
Amiga do ambiente e da poupança
O projeto foi pensado, segundo a FPF, para ter em conta as preocupações ambientais e a redução do consumo de energia. Toda a pedra que existia no pavimento foi reutilizada nos muros de suporte que envolvem o empreendimento. O projeto teve ainda em conta a necessidade de minimizar a movimentação de terras. Houve grandes aterros e grandes escavações, mas a movimentação de terras foi minimizada, dado que a Câmara Municipal de Oeiras exigiu o mínimo impacto possível nas populações.