O presidente do encarnados defende que "para haver perdão tem de haver consequências". "O Sporting começa a ser preocupante para o sistema financeiro", atirou
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O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, manifestou-se contra um eventual perdão da dívida bancária do Sporting, garantindo que, a acontecer, o Benfica exigirá que tenha "as suas consequências". "Não sabemos quais serão as consequências [da crise financeira do Sporting], dizem que poderá haver um determinado tipo de perdão. Mas para haver perdão tem de haver consequências. Estejam os benfiquistas todos descansados que estamos bastante atentos ao que se vai passar no Sporting", afirmou o presidente do clube encarnado, numa apresentação à comunicação social de novidades relacionadas com a Benfica TV e com as contas entregues pela SAD benfiquista à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários.
Luís Filipe Vieira começou por considerar que "o Sporting faz falta ao futebol português, é um clube centenário, e tem uma mancha de milhões de adeptos e sócios", porém, e ainda que o Benfica não queira "envolver-se", não pode "aceitar que haja um perdão sem as suas consequências". "Penalizar quem geriu bem é que não pode acontecer. Se houver perdão, tem que haver perdão para o Benfica também", afirmou.
O presidente benfiquista, que evitou fazer referências diretas aos bancos mais expostos ao problema do Sporting - BES e Millenium BCP -, afirmou ainda que "faz impressão que num país destes, onde se expulsam pessoas porque não pagam renda ou a prestação ao banco - os metam na rua -, e que hoje venham dizer com leviandade que vão fazer um perdão a um clube de futebol, seja ao Benfica, seja ao Sporting ou o clube que for". "O Sporting começa a ser preocupante para o sistema financeiro e ficamos preocupados que o justo pague pelo pecador". Na única referência a um banco Luís Filipe Vieira disse que "a única coisa" que o Benfica pode dizer é que o BES é um grande parceiro" e que "sempre foi encarado" como tal. "E sendo parceiro nós respeitámo-lo sempre", afirmou.
Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, foi no entanto mais crítico, porém elegeu o BCP como alvo. "É difícil entender que bancos intervencionados, que são intervencionados com os nossos impostos, possam utilizar o dinheiro dos contribuintes para facilitar perdões de dívida, seja a quem for", afirmou.